AS PIPAS DE RAFAEL


 Era verão e Rafael estava animado para passar as férias na casa da avó lá no litoral. Ele adorava correr na praia, nadar no mar e sentir a brisa no rosto. Só que o que mais chamava sua atenção eram as pipas coloridas que voavam no céu.

Ele nunca havia visto algo tão bonito e ficou fascinado com a forma como elas dançavam no ar. Rafael queria muito ter a sua própria pipa, mas não sabia como fazê-la. Foi pesquisar nos livros antigos de sua avó, tentou usar linhas de barbantes, folhas de papel, jornais e revistas e nada parecia funcionar.

Um dia, um primo de Rafael lhe deu uma pipa. Era uma pipa bonita, com cores vibrantes e desenhos animados. Rafael ficou tão feliz que não conseguiu parar de sorrir. Ele foi para um campinho de futebol em frente à casa da avó para empinar sua nova pipa.

Mas, infelizmente, não demorou muito para que algo ruim acontecesse. Um ônibus passou pela rua, enroscou na linha da pipa e levou-a embora. Rafael ficou muito triste e desapontado. Ele não tinha ideia de como recuperar sua pipa.

Dias depois, a avó de Rafael o levou para a praia. Lá, eles descobriram que uma ONG estava ensinando as crianças a fazerem suas próprias pipas e empiná-las. Rafael ficou animado e se juntou ao grupo. Ele aprendeu a fazer uma pipa simples com papel, canudo e linha. Foi um pouco difícil no começo, mas ele persistiu e finalmente conseguiu fazer sua própria pipa.

Era uma pipa simples e Rafael ficou muito feliz com ela. Ele correu pela praia e começou a empiná-la. Ficou emocionado com a forma que sua pipa dançava no ar, não conseguindo parar de sorrir.

Rafael sentiu que não precisava de uma pipa cara para se divertir. Ele aprendeu que a alegria estava na criação e no respeito do que é simples e bonito. Estava ansioso para criar muitas outras no futuro.

E como Rafael foi capaz de fazer e colocar sua pipa no ar, ele também seria capaz de conseguir muitas outras coisas em sua vida.

 

 

Emílio Figueira - Escritor

Por causa de uma asfixia durante o parto, Emílio Figueira adquiriu paralisia cerebral em 1969, ficando com sequelas na fala e movimentos. Nunca se deixou abater por sua deficiência motora e vive intensamente inúmeras possibilidades. Nas artes, no jornalismo, autor de uma vasta produção científica, é psicólogo, psicanalista, teólogo independente. Como escritor é dono de uma variada obra em livros impressos e digitais, passando de noventa títulos lançados. Hoje com cinco graduações e dois doutorados, Figueira foi professor e conferencista de pós-graduação, principalmente de temas que envolvem a Educação Inclusiva. Atualmente dedica-se a Escrever Literatura e Roteiros e projetos audiovisuais.

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