AMÁVEL ARARA AZUL

Lala, a arara carinhosa da escola, era muito meiga e dócil. Desde pequena, ela morava nas palmeiras de uma escola com outras araras. Lala adorava brincar e receber carinho das crianças que estudavam ali.

Todas as manhãs, Lala acordava cedo e voava para a entrada da escola, esperando até a hora de chegada das crianças. Ela gostava de saudá-las com seus belos gritos e de se aproximar para receber carinho.

As crianças adoravam a Lala e faziam questão de sempre deixar um pouco de comida e frutas para ela. Lala era muito grata e sempre retribuía o carinho com suas brincadeiras divertidas. Ela gostava de pousar na cabeça das crianças e de se deixar acariciar pelas mãos pequeninas.

Certo dia, o menino Júlio, um novo aluno, chegou à escola. Ele era tímido e tinha medo das araras. É possível que o menino tivesse tido alguma experiência negativa com aves anteriores, ou simplesmente nunca tivesse tido contato com araras antes e, por isso, sentiu-se inseguro.  

Lala ouviu que esse novo aluno tinha medo e decidiu que iria conquistar sua confiança. Ela bateu asas até ele e começou a fazer seus barulhos característicos, tentando chamar sua atenção. O menino ficou assustado no começo, mas Júlio logo ouviu das outras crianças que Lala só queria brincar.

Lala e o menino se tornaram amigos inseparáveis. Ela passou a voar o acompanhando pela escola, brincando. Tornaram-se uma dupla de aventuras, explorando a escola e fazendo novos amigos todos os dias. 

As outras araras também gostavam do menino e passaram a ser mais amigáveis com ele. Com o tempo, Júlio se tornou mais confiante e aprendeu a amar as araras, especialmente a Lala.  

E assim, Lala mostrou para todos que não há nada a temer nas araras e em todos os pássaros. E que elas são animais amorosos e brincalhões que querem só se divertir. E, claro, até hoje ela é uma das araras mais especiais e queridas da escola.

FIM 

Emílio Figueira - Escritor

Por causa de uma asfixia durante o parto, Emílio Figueira adquiriu paralisia cerebral em 1969, ficando com sequelas na fala e movimentos. Nunca se deixou abater por sua deficiência motora e vive intensamente inúmeras possibilidades. Nas artes, no jornalismo, autor de uma vasta produção científica, é psicólogo, psicanalista, teólogo independente. Como escritor é dono de uma variada obra em livros impressos e digitais, passando de noventa títulos lançados. Hoje com cinco graduações e dois doutorados, Figueira foi professor e conferencista de pós-graduação, principalmente de temas que envolvem a Educação Inclusiva. Atualmente dedica-se a Escrever Literatura e Roteiros e projetos audiovisuais.

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