A Lenda Da Vitória Régia


Em uma aldeia de índios, um indiozinho perguntou ao chefe de sua tribo:

– De onde vêm as estrelas que brilham no céu?

E o chefe, sábio como sempre, respondeu:

– Cada estrela é uma índia…

– Como assim? – Indagou curioso o menino.

– A Lua, meu filho, é um belo guerreiro, que nas noites de luar, desce à Terra e se casa com uma índia que se torna uma estrela.

– Mas houve uma índia chamada Naiá, a mais bonita de nossa tribo, que com ele não quis se casar.

– Que tolo! Por que será?

E o chefe narrou-lhe toda a história:

– A jovem índia se apaixonou pela imagem da Lua. Nas noites de luar, Naiá saia correndo com os braços estendidos nas mata, tentando  alcançar a Lua. Chegou um dia que Naiá sentou à beira do lago. A Lua refletiu nas águas do lago. Naiá, apaixonada, lançou-se em suas profundezas.

– Que triste fim para um grande amor! – Lamentou o menino.

Mas o chefe completou:

– Só que a Lua recompensou Naiá.

– Como assim? – Quis saber o pequeno indiozinho.

– A Lua lhe deu o nome de uma linda flor.

– E qual é o nome?

– Vitória Régia.

Emílio Figueira - Escritor

Por causa de uma asfixia durante o parto, Emílio Figueira adquiriu paralisia cerebral em 1969, ficando com sequelas na fala e movimentos. Nunca se deixou abater por sua deficiência motora e vive intensamente inúmeras possibilidades. Nas artes, no jornalismo, autor de uma vasta produção científica, é psicólogo, psicanalista, teólogo independente. Como escritor é dono de uma variada obra em livros impressos e digitais, passando de noventa títulos lançados. Hoje com cinco graduações e dois doutorados, Figueira foi professor e conferencista de pós-graduação, principalmente de temas que envolvem a Educação Inclusiva. Atualmente dedica-se a Escrever Literatura e Roteiros e projetos audiovisuais.

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