Por Rafael Ferraz Carpi | Editor – Jornalista Inclusivo - 09/05/2022
De forma aberta e completa, Folhetins Emilianos visa promover a inclusão de pessoas com deficiências visuais na literatura e de apoio às escolas, preparando os alunos como agentes de inclusão escolar
Perto de completar quarenta anos dedicados à inclusão no Brasil, o que foi retratado no recente documentário “Digitando Com Um Dedo” o psicólogo, psicanalista e escritor Emílio Figueira, 52, lançou Folhetins Emílianos. Este site reúne todas suas obras literárias, infantis, juvenis, contos, novelas, romances e memórias. O projeto traz ainda propostas de trabalho sobre inclusão para escolas.
“Durante todos esses anos de militâncias pelos direitos das pessoas com deficiência, minha literatura passou despercebida. Agora, ao reuni-la completa e gratuita em um site como a experiência de um streaming a ser lido, quero dar este presente a todos”, conta Emílio Figueira.
Uma das preocupações do escritor é que, além de lerem os textos, no início de cada um, há o recurso Audima, uma tecnologia artificial que disponibiliza automaticamente conteúdo escritos em áudio, onde a pessoa pode clicar e ouvir a leitura.
“Como trabalho com inclusão, tenho muitos amigos cegos ou com visões subnormais, com presbiopia (vista cansada), destaco isso como um recurso a mais. Não só para eles, como também às pessoas com dificuldades de leitura, pessoas com dislexia, pessoas idosas, pessoas analfabetas, semianalfabetas, analfabetas funcionais. Há também pessoas mais auditivas que preferem e absorvem muito mais ouvindo do que lendo”, destaca Emílio Figueira.
INCLUSÃO NAS ESCOLASDentre o conteúdo do Folhetins Emílianos, professores encontrarão três propostas, duas delas específicas para trabalhar o tema Educação Inclusiva em sala de aula.
O primeiro deles é o material paradidático "A INCLUSÃO EM SUA ESCOLA". Uma série de cinco partes que explica quem são as pessoas com deficiência, um pouco de história delas, conceitos de inclusão, tipos das deficiências físicas e sensoriais. Além disso, trabalha temas como os de acessibilidade, materiais adaptados, convivência entre todos os alunos com ou sem deficiência e por fim, propostas de atividades ao final de cada parte, preparando os alunos como agentes de inclusão escolar.
A segunda sugestão aos alunos do ensino fundamental, JUCA, O BOLEIRO é uma leitura que poderá trazer boas discussões em sala de aula. Na escola, a turma do oitavo ano sente a falta de Juca, um colega cadeirante, descobrindo que ele foi transferido por falta de acessibilidade no local. Iniciam um movimento para sua volta e, ao mesmo tempo, pedem que sua escola seja toda adaptada e inclusiva.
E para quem se interessar, ainda poderá ler FLORES ENTRE ROCHAS – QUANDO A EDUCAÇÃO SE FAZ PELO AMOR!. Um romance dedicado aos professores, educadores, diretores, coordenadores pedagógicos, equipes de apoio escolar e alunos de pedagogia. Um enredo lúdico, centralizado na inclusão dentro da educação infantil e no dia a dia da rotina escolar.
“Nesses quarenta anos, surgiu a internet e a autopublicação. Ao mesmo tempo em que todos ficaram livres para publicar seus livros para o mundo, paradoxalmente, cada autor virou sua própria e pequena ilha de leitores. Acredito que com o tempo, tornarei minha ilha Folhetins Emilianos em um continente literário e inclusivo”, finaliza Emílio Figueira.
SITE – www.folhetinsemilianos.com.br