12 - A REINAUGURAÇÃO DO BAR 50!

Chega o dia da reinauguração do novo Bar 50!. Vários convidados de Adriana comparecem. Logo ela chega com seus filhos que ficam deslumbrados com aquela decoração e ambientação dos anos 1950.

- Mônica e Ricardo, este é o novo investimento da nossa família. Um bar temático no coração do centro antigo de São Paulo!!! – Diz ela entusiasmada.

Vão à mesa onde estão Almir, Cátia e sua companheira. Apresenta-lhes os filhos:

- Crianças este é um antigo amigo da mamãe.

Almir acha graça por ser chamado de “antigo amigo”. Ricardo retruca:

- Não somos mais crianças, mãe.

- Pois para eu, sempre serão meus pequenos!

Fala Adriana, abraçando-os na frente de todos, deixando-os com “caras de mico“. Leva-os até uma mesa perto do piano. 

Tempos depois, ela vai ao microfone:

- Peço um minuto de atenção de todos. Agradeço a presença de vocês que abrilhanta ainda mais a reinauguração do Bar 50!. Em especial, agradeço minha arquiteta e sua equipe pelo trabalho maravilhoso de restauração que fizeram. Ao Almir que acompanhou tudo de perto e nos deu grandes toques. E ao Elias, quem eu adiei sua aposentadoria, ao convidá-lo para ser o meu administrador e homem de confiança por mais algum tempo. Agora, sem querer me estender muito, tenho mais uma surpresa. Irei tocar piano para vocês!

Adriana começa a tocar. Seus filhos a observam atentamente.

Na outra mesa, a companheira de Cátia se levanta para ir ao banheiro. Ela aproveita para perguntar:

- E aí meu amigo, como você está?

- Estou bem. Já faz um tempo que voltei daquela viagem que lhe contei. Parece que voltei mais leve.

- Sabe, Almir, quando guardamos impasses inacabados ou conflitos mal resolvidos dentro de nós, consciente ou inconscientemente alimentamos ressentimentos que nem sempre podem ser direcionados a terceiros. Eles podem ser voltados para você mesmo na forma de baixa autoestima e falta de autoconfiança.

- Verdade, Cátia. Aprendi em uma de suas palestras que o apego ao passado, a falta de amor-próprio e o medo do enfrentamento de questões emocionais dolorosas costumam ser os principais motivos da estagnação. E vivi décadas assim... Não sentia as consequências deles. 

- Essas coisas o impedem de seguir adiante porque a memória do que foi ruim volta à sua mente.

- Só que não quero pensar nisso agora. Hoje é dia de festa!!!

- Tem razão, Almir. Aliás, estou reparando a Adriana ali ao piano. Ela ainda é uma gata, hein?

- Deixa de bobagem, Cátia. Imagina se uma mulher desse nível daria bola para mim??? – Questiona ele bravo.

Ela cai na gargalhada.

PRÓXIMO CAPÍTULO

Emílio Figueira - Escritor

Por causa de uma asfixia durante o parto, Emílio Figueira adquiriu paralisia cerebral em 1969, ficando com sequelas na fala e movimentos. Nunca se deixou abater por sua deficiência motora e vive intensamente inúmeras possibilidades. Nas artes, no jornalismo, autor de uma vasta produção científica, é psicólogo, psicanalista, teólogo independente. Como escritor é dono de uma variada obra em livros impressos e digitais, passando de noventa títulos lançados. Hoje com cinco graduações e dois doutorados, Figueira foi professor e conferencista de pós-graduação, principalmente de temas que envolvem a Educação Inclusiva. Atualmente dedica-se a Escrever Literatura e Roteiros e projetos audiovisuais.

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