6 - AS FÉRIAS DE JULHO

Chegaram as férias. Denise aproveitou o período para terminar o curso de piano com sua professora particular, Verônica. Pegou para estudar com vontade, praticar muito. Certo momento, ao piano lembrou-se de uma de suas poesias. Começou a tocar e cantá-la. De repente ela percebeu: “
Espera aí! Eu acabo de por melodia em uma poesia minha. É isso! Eu posso compor... Eu posso compor...Viva!!!

 Dias depois, Denise estava tendo aula com sua professora, quando lhe disse:

- Verônica, tenho uma coisa para lhe mostrar. – Começou a tocar a música que compôs. Logo virou-se, indagou: - Gostou?

- Gostei, Denise. De quem é essa canção?

- Minha.

- Verdade!?

- Verdade. Eu a compus há dois dias atrás.

- Ótimo, Denise. Você ainda terá um futuro musical brilhante. 

* * *

 Sábado à noite. Denise e suas amigas foram para o CESE. Sentaram-se na mesa de sempre. De repente, uma mocinha se aproximou delas.

- Oi, Carminha.

- Oi, Márcia. Tudo bem? Quanto tempo que você não aparece.

- Tudo bem, Carminha. E você?

- Comigo tudo bem também. Ah! Denise essa é Márcia e Márcia essa é Denise.

- Muito prazer, Denise.

- O prazer é todo meu. Você quer se sentar um pouco conosco?

- Sim, quero. Obrigada...

Márcia senta-se à mesa. Começou a conversa.

- Ouvi dizer que você estava namorando com o João. Verdade Márcia?

- Não, Carminha. Ele só quis se aproveitar de mim. Aliás. Esse é o defeito de todo moço de hoje. Só pensam em sexo!

- Verdade... - Concordou Denise.

Depois de um bom bate-papo, Márcia foi embora. Denise por sua vez, começou a observar tudo ali em seu redor sobre o alto som de rock e as luzes coloridas. E pensou alto:

- Está tudo errado!

- Tudo errado o quê, Denise?

- Tudo, Carminha. Está tudo errado!

- Sim, mas me fala três coisas que estão erradas?

- Tudo, tudo e tudo. Essa turma pulando como loucos no salão ao som dessa música louca. Jovens com menos de dezesseis anos, já com cigarro na boca. Outros bêbados, pensando que estão agitando, mas estão fazendo papel de ridículos. Mocinhas novinhas e já oferecidas. Rodinhas de homens por todos os lados. Certamente estão falando de mulher. Casais por todos os cantos, amaçando-se. Somos uma geração que só pensamos em sexo. Vivemos em prol do sexo. Somente sexo. Está tudo errado. Onde será que está o velho romantismo?

- Ih, Denise, você está delirando.

- Pode ser. Mas que está tudo errado, está!!! 

* * *

 Durante a Semana, Denise teve uma aula de piano. No final, uma surpresa.

- Denise, eu tenho uma coisa pra você.

- O que é, Verônica?

- Para mim ...

Denise pegou e começa a ler.

- Esse é seu certificado de conclusão. Ele lhe dá o direito de frequentar um curso de aperfeiçoamento em qualquer seminário. Agora você já é uma pianista profissional.

Abraçou Verônica e uma lágrima rola.

- Obrigada, Verônica.

- Não. Não deve me agradecer. Essa vitória você deve a você mesma. Você ainda vai longe, menina.

Denise olhou para o piano e disse:

- Conseguimos. Mas nossa caminhada vai continuar...! 

* * *

 Na semana seguinte, o jornal da cidade publicou uma nota, parabenizando-a pela conquista. Denise aproveitou as férias para compor novas poesias e por melodias a elas. Passou grandes momentos de solidão, pensando em Henrique. Ao mesmo tempo, perguntava-se: Onde será que estava “Um fã”? 

* * *

  Voltaram às aulas. No primeiro dia, as amigas conversaram sobre as novidades das férias.

- Você terminou o curso de piano, Denise?

- Sim, Sâmara. Terminei.

- E agora, quais são seus planos?

- Eu sonhava em dar um concerto no Teatro Municipal de São Paulo. Pelo jeito, isso é quase impossível.

- Nada é impossível, Denise! - Disse Tininha.

- É o que dizem! 

- Tenho uma ideia...

- Que ideia, Lena?

- Nada não. Vocês vão ver! 

* * *

  No outro dia, logo pela manhã, a diretora visita a classe:

- Eu vim até aqui desejar uma boa-volta às aulas e que esse segundo semestre, seja bem aproveitado por todos vocês!

Lena levantou a mão.

- Sim, Lena?

- Eu gostaria de ter uma conversinha em particular com a senhora. Pode ser?

- Sim. Vamos até a diretoria.

Algum tempo depois, ela voltou para classe e retomou o seu lugar. Tocou o sino para o recreio. Todos começaram a sair das classes.

A diretora apareceu à porta:

- Denise, posso falar com você?

- Sim, à vontade.

A diretora entrou e sentou-se à carteira ao lado da sua:

- Eu li no jornal que você terminou o curso de piano.

- É verdade...

- Parabéns...

- Obrigada!

- Também fiquei sabendo que você queria ser música.

Verdade?

- Sim. Esse era o meu sonho.

- O que você acha de dar um concerto? A escola poderia lhe oferecer um.

- Puxa... Para mim será a glória.

- Não, Denise. Não será a glória. Será o começo. Então. Você quer?

- Sim. Como eu já disse, será o meu sonho!

- Então eu vou vê tudo direitinho e depois eu lhe procuro. 

* * *

 No domingo, Denise e sua mãe foram para fazenda. À tarde, ela estava sozinha na sala, ensaiando ao piano, preparando uma música, quando seu irmão entrou na frente e disse para alguém que vinha logo atrás.

- Entra e senta-se aí no sofá que eu já venho.

Denise virou-se para ver quem estava lá, tomando um pequeno choque.

- Oi, Denise...

- Oi, Henrique...

- Como vai você?

- Vou bem. E você?

- Também.

- Henrique vem até aqui, ouvi o meu novo disco do R.P.M. - Gritou Zezinho do quarto. E Henrique foi.

Chegando no quarto, ele perguntou:

- Sua irmã toca piano?

- Não só toca, como também compõe. Logo ela vai dar um concerto na cidade.

- Que bom!!!

Enquanto isso, Denise na sala compôs um pequeno versinho:

 

DESILUÇÃO DE UM FIM!

 

Minha maior desilusão foi você!

Um enorme engano,

Entre tantos devaneios.

Eu lhe ofereci um amor

Que você nunca vai encontrar.

Sonhei em tê-lo em meus braços;

Iria fazer de tudo

Conversaríamos sobre o luar,

A todo instante, em versos e trovas;

Eu iria o contemplar.

Iria mudar minha aparência,

Ser outra em sua presença.

Mas você não quis...

Deixou a vaidade falar mais alto;

Teve vergonha do que as pessoas

Iriam dizer ao vê-lo comigo.

Um dia você verá meu nome

Por aí, em algum jornal.

Saberá que sou aquela poetisa

Que você desprezou, juntamente 

Com um amor verdadeiro! 

Saberá que não rejeitou só um amor,

E sim, um mundo de sonhos.

Errou ao enxergar só meus defeitos,

Esqueceu que também tenho meu lado direito.

Você já me fez chorar,

Por seu orgulho mesquinho.

Pare um pouco e pense...

Esqueça esse maldito preconceito

E me dê uma chance. 

Verá que também sou alguém,

Que você julgou ser ninguém.

 De repente, Henrique passou pela sala.

- Já vai, Henrique?

- Já, Denise. Ah! A propósito. Parabéns pelo concerto. 

- Você vai, Henrique?

- Não sei. Apesar de ser muito bonito, eu não me amarro nessas coisas.

Mas mesmo assim eu vou te mandar um convite!” - Pensou Denise.

 Ela largou o piano, foi até o quarto do irmão, que estava arrumando seus discos.

- Eu não sabia que você é amigo do Henrique...

- É, já faz algum tempinho. O Henrique é um cara muito louco. Pau pra toda obra. Ontem mesmo, nós saímos com duas gatas, daquele tipo de dar inveja em qualquer um...

Ela revelou meia sem jeito:

- Você sabia que eu o amo?

- A mim!?

- Não seu bobo. O Henrique.

Ele parou de mexer com os discos, sentou-se à cama.

- Verdade, Denise!?

- Verdade...

- Faz tempo que você o ama?

- Desde a época do acidente.

- O Henrique sabe disto?

- Não. Eu acho que não.

- Eu posso contar?

- Não, Zezinho. Quem sabe um dia eu mesma conte. Agora eu tenho uma coisa mais importante para me preocupar. O meu concerto.

Esse pode ser um jeito para mostrar, que eu também sou gente.

- Mas ninguém nunca falou ao contrário.

- Não falaram, mas sinto o preconceito em cima de mim. 

* * *

 Na segunda-feira, durante a aula de português, a diretora procurou Denise para falar do concerto:

- Bem, Denise, o que você acha de dar o concerto no Guaraçaí Clube? Lá é o lugar ideal na minha opinião.

- Eu acho uma ótima.

- Piano você tem, não é?

- Sim, tenho.

- Eu estive pensando em formar um coral com os alunos da escola. Eu fiquei sabendo que você também compõe músicas. O coral poderia cantar algumas músicas suas.

- Um coral. Ótima ideia.

- Então, Denise. Você prepara o seu repertório e me traz que eu passo para o professor de música ensaiar o coral. 

 * * *

 Ao caminho de casa, Denise levava o material de Carminha, enquanto ela empurrava sua cadeira.

- Contente, Denise? - Muito, Carminha.

- É. Posso perceber.

- Acho que com isto vou provar há muita gente que eu também posso ser alguém. E não uma simples paraplégica que fica sentada em sua cadeira de rodas, enquanto o mundo caminha em seu redor! 

* * *

 Noite de quinta-feira. Uma noite de muito calor. Denise e suas amigas resolveram sentar-se na calçada. Denise deixou sua cadeira de lado, sentando-se no degrau do portão. Depois de uma longa conversa, olhou para cima.

-Que Lua Cheia linda!

- É, Denise. Por que você não faz uma poesia falando dela?

- Boa ideia. Carminha, faz um favor. Pega-me um papel e caneta.

- Sim, Denise. Já estou indo.

Logo Carminha voltou com papel e caneta e Denise compôs:

 

“AI VEM OS LOBISOMENS”

 

De quinta pra sexta, noite clara, Lua Cheia.

A Lua e seus mistérios.

 

Nuvens ao seu redor.

Dizem que são nestas noites,

que o tal lobisomem aparece.

Não sei se é mentira!

Nem sei se é verdade!

Só sei que isso é um mistério,

que nasceu junto com o homem.

 

A Lua e seus mistérios.

Dizem que o homem, um dia, lá chegou!

E em seu solo ele pisou e a Lua ele conquistou.

 

Meia-noite já está dando.

Já posso ouvi: “Auuuu...”!

Os lobisomens já irão começar a aparecer

Eu vou dar no pé que ainda é cedo para eu morrer!

 

Tchau! Tchau!

 

As amigas acharam graça no poema de Denise.

 * * *

 Os dias foram passando. O convite do concerto ficou pronto. 

CONVITE

 

Tenho a satisfação em convidar V.Sª. e digníssima família para comparecerem no meu primeiro concerto, que se realizará no dia 22 de novembro de 1987 às 20:00 horas nas dependências do Guaraçaí Clube.

Suas presenças irão enriquecer meu recital de piano.

Denise Arruda

 

Com a ajuda das amigas, distribuiu os convites pela cidade. 

* * *

  Denise estava no seu quarto dormindo, quando sua mãe e Carminha entraram cantando.

- Parabéns à você. Nesta data querida!

Acordou assustada, mas logo percebeu que lembraram de seu aniversário. Depois do tradicional parabéns, sua mãe perguntou:

- Filha, posso lhe dar uma festa?

- Obrigada mãe. Mas eu gostaria que não. Se a senhora não se importar eu preferia comemorar com minhas amigas, à noite no “O Porão”.

- Sim, filha. Você quem sabe. Agora vou preparar o café. A Carminha lhe ajuda a se levantar.

Carminha foi ajudá-la e ela revelou:

- É hoje, Carminha...

- Hoje o quê, Denise?

- Logo após o café, vou escrever uma carta para o Henrique, marcando um encontro hoje. Vou me declarar a ele.

- Isso Denise, senti firmeza.

- Você entrega pra mim, Carminha?

- Sim, entrego.

 Após o café, Denise foi ao seu quarto escrever a carta: 

Guaraçaí, 09 de setembro de 1987.

Henrique!

“Muito pensei antes de enviar-lhe esta carta. Mas acho que chegou a hora de nos conhecermos melhor. Eu tenho uma coisa muito importante para lhe contar. Um sentimento de mim para você, que nem imagina!

Vou lhe esperar hoje ao meio-dia no jardim municipal. Apenas quero conversar contigo e provar o que disse à cima. Dei-me essa chance! Pois não decepcione nesse dia tão importante para mim, em que completo mais um ano de vida.”

Sempre esperançosa,

DENISE

 

Logo embaixo de sua assinatura, ela desenhou coração vermelho com uma flecha azul, escrevendo dentro dele: “Henrique e Eu!” Dobrou o papel, como se fosse um envelope, subscritando o verso: “Para o lindo jovem Henrique. I LOVE YOU”! E na frente: “Sua fã número “0” (Zero, porque um já tem demais!) 

* * *

 Carminha entregou a carta. Denise se preparou para o encontro: Onze e meia.

- Bem Carminha, por favor, leve-me até o jardim.

- Sim, vamos, Denise.

Atravessaram a rua, chegaram lá.

- Boa sorte, Denise.

- Obrigada, Carminha.

Espera ansiosa! “Será que ele vem?”, pensava ela, ao perceber que alguém se aproximou e pensa: “É ele! E agora, o que eu falo? Por favor, Senhor, ajude-me!

- Você quer falar comigo? - Perguntou ele que nem se sentou.

- Eu tenho uma coisa para lhe dizer.

- Infelizmente, vou ter que ir agora para Andradina.

- Então tudo bem. Fica pra outro dia?...

- Fica, Denise. Bem deixe-me eu ir. Tchau...

- Tchau...

Ele virou-se e começou a andar. De repente, virou-se, dizendo:

- Desculpa, tá?

- Tudo bem.

Respondeu Denise, esperançosa de um novo encontro, em um novo dia. 

* * *

 Sábado à noite... Dia de Guaraçaí Clube. Na mesma mesa com Carminha, Denise viu que Henrique não se aproximava delas, não tinha coragem para encará-la.

- Vamos dar uma volta, Denise?

- Sim, Carminha. Vamos.

Andavam pela varanda. Denise viu Henrique que, ao vê-la, entrou por uma porta de vidro, sumindo entre os dançarinos na pista. Ela continuou a dar volta, empurrada pela amiga. Aproximando do bar, ele novamente, ao vê-la, deu um tapinha nas costas do amigo, saindo com pressa. Carminha também percebeu:

- Ele está fugindo de você!?

E Denise respondeu rindo:

- É, esse trouxa deve estar pensando que eu vou atacá-lo!!!  Acharam muita graça, naquela atitude infantil dele. Mais tarde, na mesa, alguém lhe entrega um bilhete. 

Alegria! 

Para que tristeza, se há a alegria?

Para que solidão, se tens amigos?

Para que a fantasia, se há uma realidade?

Uma realidade que diz que eu existo!

E te amo...

“Um Fã”! 

- É dele... – Suspirou Denise: - Meu, “Um Fã”, Carminha. Ele não me esqueceu. 

* * *

 Domingo à tarde... Denise estava no seu quarto, trabalhando em seu repertório, quando bateram à porta.

- Pode entrar.

- Denise, posso falar com você?

- Pode, Zezinho.

- Por que o Henrique estava fugindo de você, ontem no Clube?

- Você também percebeu?

- Sim, percebi. Mas não entendi o porquê. 

- Tem algo que você não sabe. Na terça-feira, mandei-lhe uma carta, dizendo que precisava falar com ele, marcando um encontro no jardim. Eu estava disposta a me declarar. Ele veio. Mas a conversa teve que ficar para outro dia, pois ele teve que ir para Andradina.

- É. Realmente ele foi para Andradina na terça.

- E desde antão, ele passou a fugir. Está com medo de mim.

- Medo? Ele está é bobo da cabeça... – Seu irmão pensou alto.

- O que você disse?

- Nada não, Denise. Pode continuar seu trabalho. 

* * *

 Zezinho, pegou o carro, foi falar com Henrique. Encontrou-o sozinho, lavando o seu carro na porta de sua residência.

- Cara, quero falar em particular contigo. Você é bobo, doente da cabeça, ou qualquer coisa parecida?

- Não estou entendendo?

- Será que você pensa que minha irmã tem cara de algum bicho?

- Não é bem assim, cara...

- Lógico que é assim. Eu vi o jeito que você fugia dela ontem no Clube. Por que, cara? Por que isto?

- Ela mandou uma carta...

- Isso eu já sei.

- Nessa carta, ela deixou transparecer que estava gostando de mim. Eu não iria saber dizer para ela, que estou em outra.

- Você já fez isto tantas vezes?

- Sim. Mas Denise não é normal. Você entende?

- Entende o quê? Que ela não é normal, só por ter um problema físico? Olha? Fique sabendo você, que Denise é muito mais normal e tem mais qualidades do que essas menininhas perfeitas e bonitinhas que você só usa para fazer amor. E quer saber do que mais? Você não merece Denise. Ela é muito pra tão pouco homem! Tchau...

Zezinho saiu e Henrique deu um murro na porta:

- Droga!!! 

* * *

O tempo passou. Sexta-feira à noite. Véspera do concerto. Denise, Carminha e Sâmara, estavam conversando.

- Vamos ao “O Porão”? - Sugeriu Carminha.

Chegando lá, entraram no reservado e sentaram-se numa mesinha diante de uma janelinha com uma telinha verde. Pediram uma pizza de muçarela e uma Coca litro. Enquanto era feita, elas conversavam.

- Contente, Denise? Amanhã é o seu recital.

- É, eu deveria estar contente, mas não estou. Falta-me a coisa que eu mais queria.

- O Henrique? - Perguntou Carminha.

- É. Ele mesmo. - Respondeu Denise, dando a volta por cima. - Bom! Ele não é tudo. Alegria! Amanhã à noite é minha!

Chegou a pizza. Elas fizeram uma bagunça tão grande, que Denise pegou seu guardanapo de papel e contou em versos:

 

A PIZZA

 

Numa noite de sexta-feira,

sem nada pra fazer.

Fomos ao Porão,

uma pizza comer.

 

Estávamos em uma mesinha,

cantando uma canção.

Foi quando Denise,

um pedaço de pizza derrubou no chão!

Carminha foi pegar papel,

para sua boca limpar.

Derrubou o copo de Sâmara, sem quebrar.

 

O copo não quebrou,

mas o líquido derramou.

Logo o chão, igual ao rio, ele ficou.

 

Demos gargalhada sem parar,

sem percebemos quanto íamos pagar.

Foi quando veio a conta

e a gente só faltou chorar!

 Foi uma felicidade geral naquela noite. 

PRÓXIMO CAPÍTULO

Emílio Figueira - Escritor

Por causa de uma asfixia durante o parto, Emílio Figueira adquiriu paralisia cerebral em 1969, ficando com sequelas na fala e movimentos. Nunca se deixou abater por sua deficiência motora e vive intensamente inúmeras possibilidades. Nas artes, no jornalismo, autor de uma vasta produção científica, é psicólogo, psicanalista, teólogo independente. Como escritor é dono de uma variada obra em livros impressos e digitais, passando de noventa títulos lançados. Hoje com cinco graduações e dois doutorados, Figueira foi professor e conferencista de pós-graduação, principalmente de temas que envolvem a Educação Inclusiva. Atualmente dedica-se a Escrever Literatura e Roteiros e projetos audiovisuais.

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