PALAVRAS DO AUTOR E DEDICATÓRIAS


 Resgatar e reabilitar pessoas em situações de ruas para que tenham uma vida mais digna, para voltarem ao mercado de trabalho, para serem membros das igrejas ou de religiosidades de suas escolhas pessoais, também é uma forma de inclusão. (E.F.)

O lançamento desta obra tem um sabor muito especial para mim. Ela marca o início das comemorações dos meus 40 anos de minha carreira no mundo das letras. Nos últimos doze anos, a história de “Cristãos Sem Bandeiras – Muito Além De Nossas Próprias Bolhas” esteve presente em minha mente por algo que venho observando e me incomoda, o esquecimento da cultura da caridade. 

Sabia que um dia, eu teria que escrever este romance como uma missão. Nesse período fui anotando ideias, colecionando e realizando estudos, refinando pontos de vistas. Até que chegou o momento de me debruçar sobre ele para elaborar o texto, um trabalho de mais ou menos três meses com alguns intervalos. E depois, deixei o texto descansar por alguns anos, o rescrevi algumas vezes, fiz inúmeras revisões. Até sentir que era hora de publicá-lo.

Uma coisa que eu pedi a Deus, para que Ele me guiasse o meu processo de criação segundo Sua vontade. E confesso que o texto saiu em linha contrária do que foi planejado ao longo desses anos. E, por ter sido guiado por Ele, ficou muito melhor! 

Mas Deus, mesmo tendo me inspirado o conteúdo, permitiu-me continuar sendo um autor experimental em uma linguagem mesclando conhecimento científico com ficção literária, com discurso direto, fazendo disto de escrita que batizei de romance polimático, onde áreas como teologia, filosofia, história, sociologia, psicanálise e política dialogam entre si para entender um comportamento atual. Estilo literário que comecei a desenvolver em meus romances anteriores (”Flores Entre Rochas”, “Ventos Nas Velas” e “Os Amores Que Não Vivi”) e pretendo continuar nos próximos. Como dizia Carl Jung, “Quando você realiza um trabalho pioneiro, terá que ser capaz de dar crédito as suas próprias intuições e segui-las, mesmo correndo o risco de errar!“.

Talvez vários leitores, os críticos de plantão que na sociedade atuais sentem a necessidade de procurarem defeito em tudo para se autoafirmarem, sem enxergarem os pontos positivos e mensagens contidas nas criações artísticas, me acusarão de uma visão utópica da realidade. Mas faço coro com o historiador holandês Rutger Bregman, que diz: “O que você pensa sobre as pessoas é o que acaba conseguindo delas. Se presumir que a maioria é egoísta e que o mundo é um lugar horrível, você organiza sua sociedade em torno dessa ideia. Isso produzirá o tipo de pessoa que sua teoria pessoal pressupõe. A mudança acontece quando começamos a contar um tipo diferente de história”.

E antes que me perguntem qual a minha religião, vou me adiantar... Já fui uma pessoa de frequentar muitas igrejas, inclusive fundamentalistas. Cheguei a bacharelar-me e a doutorar-me em Teologia. Área que me permitiu conhecer muito mais sobre o comportamento humano. Só que hoje me considero um teólogo independente, um cristão sem bandeiras que defendo o amor ao próximo e a caridade acima de qualquer dogma religioso. A concepção, amor e confiança que tenho em Deus é imenso. Eu não o vejo como o meu Senhor. Eu o vejo como o meu Pai. E é como Pai e filho que converso diretamente com Ele a todo instante sem precisar de intermediários. E o mais fascinante é que Ele nunca me deixou sem respostas e soluções, mesmo que elas, às vezes, contrariem os meus desejos!

E por não ter compromisso teológico e/ou doutrinário com nenhuma dominação e sim com o meu Pai, foi que me senti livremente para ser eu mesmo nesta obra!

E completando, quero fazer referência à memória do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, cuja leitura de toda sua obra me inspirou muito nos anos 1990: “A cultura apareceu para construir no campo arrasado, para levantar do chão tudo que foi deitado. O que importa é alimentar gente, educar gente, empregar gente. E descobrir e reinventar gente é a grande obra da cultura. Uma obra que será nossa. Será porque a cultura continua a pensar, discutir, reunir, transformar. A arte sabe e quer dizer mais, muito mais. A arte tem o poder de transformar, nem que seja primeiro na ficção, na imaginação.”

 EMÍLIO FIGUEIRA - Março de 2023

"GENTE SIMPLES, FAZENDO COISAS PEQUENAS, EM LUGARES POUCO IMPORTANTES, CONSEGUEM MUDANÇAS EXTRAORDINÁRIAS."

Provérbio Africano

Às missões cristãs, evangélicas e católicas pelo mundo!

Aos Médicos Sem Fronteiras, à Cruz Vermelha, à Unicef, ao Programa Ação Sem Fome, à Fundação Abrinq e todas as organizações semelhantes!

À toda sociedade civil, às ONGs, à Central Única das Favelas (CUFA) e pessoas com iniciativas e projetos sociais para ajudar o próximo!

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Emílio Figueira - Escritor

Por causa de uma asfixia durante o parto, Emílio Figueira adquiriu paralisia cerebral em 1969, ficando com sequelas na fala e movimentos. Nunca se deixou abater por sua deficiência motora e vive intensamente inúmeras possibilidades. Nas artes, no jornalismo, autor de uma vasta produção científica, é psicólogo, psicanalista, teólogo independente. Como escritor é dono de uma variada obra em livros impressos e digitais, passando de noventa títulos lançados. Hoje com cinco graduações e dois doutorados, Figueira foi professor e conferencista de pós-graduação, principalmente de temas que envolvem a Educação Inclusiva. Atualmente dedica-se a Escrever Literatura e Roteiros e projetos audiovisuais.

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