Durante as minhas primeiras produções, escrevi alguns roteiros e argumentos para a televisão e cinema. Nem todos foram filmados, ficando adormecidos em meu arquivo. Nos anos 90, ao encontrá-los, os reli com uma visão de novelista, encontrando neles estruturas para desenvolver novas narrativas. E, o que eram manuscritos e originais mal datilografados, começaram a tomar forma de novelas literárias diante da tela de um moderno computador!
Trabalhando no
processo de recriação desses textos, de repente, algo me fascinou. O fato de
estar descobrindo e desenvolvendo uma nova estética até estão nunca pensada por
mim. Surgiram narrativas independentes, mas tendo em comum cenas curtas e objetivas,
organizadas em sequências como uma fila indiana, com tramas em um ritmo
acelerado e, às vezes, precipitado. Isto, graças a linguagem encontrada,
caracterizada pelo emprego das metáforas diretas, simples e despojadas, indo
direto ao ponto que interessa, através de uma narrativa concreta, plástica,
expressando-se com simplicidade, permitindo ao leitor acompanhar o enredo sem
maiores esforços.
Procurei
também manter o verbo sempre no tempo presente, buscando dar, talvez, um
tempero de dramaticidade teatral ao enredo.
Este texto foi publicado pela primeira vez em 2011,
no livro PROSAS EXPERIMENTAIS – Antologia das minhas primeiras novelas
literárias – anos 80 e 90.